domingo, 23 de outubro de 2011







Diretor da CDL de Santa Cruz do Capibaribe põe culpa em empresários cearenses que atuam na região




Recife. As recentes apreensões de lixo hospitalar - material importado ilegalmente dos Estados Unidos como tecidos -, provocaram medo entre os comerciantes que vão de Pernambuco e outros estados comprar tecidos em Caruaru e região. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) disse ontem, ao se referir à importação do lixo por uma empresa de Santa Cruz do Capibaribe, no agreste, não ser justo que todo um polo de confecções que emprega 150 mil pessoas seja prejudicado pela ação de "um bandido dos Estados Unidos e um bandido aqui".



A Câmara de Dirigentes Lojistas de Santa Cruz do Capibaribe (CDL) também demonstrou preocupação. O diretor da entidade, Bruno Bezerra, põe a culpa em empresários cearenses que atuam na região. "Foi uma empresa isolada que está fazendo esse trabalho. São empresários do Ceará, que vieram para cá com essa prática criminosa, que é repudiada por todos os confeccionistas e autoridades de Santa Cruz. As medidas estão sendo tomadas", diz.



Eduardo Campos reuniu-se ontem com representantes da Receita Federal, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e empresários do polo têxtil, que engloba 14 municípios no agreste. "São 22 mil empresas no polo de confecção e uma só cometeu este delito", disse.



Falhas



O governador pernambucano apontou falha na fiscalização nos Estados unidos "com a saída de uma mercadoria que não devia ter saído". "Houve crime nos Estados Unidos", afirmou Campos, ao lembrar que no Porto de Suape, mesmo com a checagem das mercadorias por amostragem, o trabalho da Receita Federal permitiu que o crime fosse descoberto.



Com base na avaliação de infectologistas, o governador frisou que o consumidor que veio a comprar roupas feitas com o material não corre nenhum risco. Campos pregou punição para a empresa importadora e tranquilidade para que o caso não venha a afetar economicamente a região. De acordo com ele, deve-se proteger um polo de confecção que não pode ser confundido com a prática de "um sujeito que vem de fora e faz um serviço desse".



Sem citar nomes, Campos se referia a Altair Teixeira de Moura, dono da empresa "Na Intimidade", com sede em Santa Cruz do Capibaribe, onde tecidos importados de hospitais norte-americanos com manchas similares as de sangue e secreções humanas era vendidos a quilo. O dono da loja, cujo nome de fantasia é Império do Forro de Bolso, alega inocência.

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